Nosso plano inicial foi ir de São Paulo à Santa Cruz de la Sierra, no trem da morte, e de lá fazer o restante do mochilão pela Bolívia até o Peru. Como toda boa viagem, ela deve ser bem planejada, mas que na hora do vamos ver é uma correria que não acaba mais, não tem como negar.
Nós pesquisamos bastante sobre esse roteiro, lemos alguns relatos e compramos guia, mas mesmo assim nada nos deixou preparados para correria que foi atravessar a fronteira e enfrentar mais de 20 horas num vagão de trem.
A companhia ferroviária paralisou o transporte de passageiros durante a pandemia e ainda não retornou. Assim que tiver mais informações atualizarei o post.
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Não deixe de ler nosso planejamento de viagem:
- Planejamento de 21 dias de Mochilão na Bolívia e Peru, incluindo o Trem da Morte, Machu Picchu e Lago Titicaca
- Cusco e o Vale Sagrado dos Incas, Pucapucara, Q’enqo, Saqsaywaman e Pisac no Peru
- Trilha Inca para Machu Picchu a partir de Cusco no Peru
São Paulo até a fronteira com a Bolívia
Mas vamos ao resumo:
- Saímos de São Paulo, para variar com vôo atrasado, até Campo Grande, Mato Grosso do Sul;
- Na sequência iríamos pegar um ônibus até Corumbá, ainda Brasil, para atravessar a fronteira com calma e atenção, porém claro que o atraso do avião nos fez perder o ônibus que havíamos nos programado;
- Mas por providência do santo dos viajantes, conseguimos pegar outro com horário bastante próximo (UFA) e chegar na cidade sem que tudo fosse perdido;
- Em Corumbá foi aquela bagunça:
- Pegamos um taxi até a fronteira e chegamos correndo no local da imigração
- Felizmente a fila era pequena, tudo foi rápido e entramos na cidade de Puerto Quijarro, Bolívia
- Pegamos um outro táxi já em terra Boliviana para a estação do trem e aqui cabe uma história engraçada. Como disse, estávamos correndo bastante, preocupados com o horário de partida do trem, então só fomos perceber a gambiarra que era o carro que estávamos, quando ele já havia partido. Os taxistas compram carros usados da Inglaterra, que tem o volante na direita para a mão inglesa, e fazem a mudança do lado do motorista “na mão”. E ainda reclamam do nosso jeitinho brasileiro... rs
- No fim, conseguimos chegar na estação, trocar o dinheiro e comprar as passagens, para então saber que o trem iria atrasar 1 hora! 🙂
Em nosso viagem, nós visitamos os dois lados do Lago Titicaca, na Bolívia e no Peru:
- Pôr do sol no Lago Titicaca em Copacabana na Bolívia e Ilha do Sol no Lago Titicaca em Copacabana, Bolívia
- Ilhas Uros e Taquile em Puno no Peru
Trem da Morte na Bolívia
Existem várias lendas sobre o porquê desse nome, muitas delas envolvendo ditadura, gangues bolivianas e até sumiço de mochileiros, mas na verdade a linha ferroviária recebeu esse nome devido a um surto de malária, durante sua construção, que acabou matando milhares de trabalhadores. O serviço é prestado pela empresa Ferroviaria Oriental e é bastante utilizado para transporte de carga e passageiros pelo país. Então se você está com medo, não se preocupe, apesar de toda mitologia, é apenas um trem (velho e sujo, mas um trem).
Nós não compramos as passagens com antecedência, pois sabíamos do risco de perder o horário e também por que na época não havia venda on-line, mas hoje existe uma opção de fazer a compra pelo site e os valores atuais e horários estão no site oficial.
Mas vamos a nossa experiência.
Nossas mochilas foram em um vagão separado, era regra da companhia, então é muito importante que todos os documentos, objetos de valor e alguma comida e água estejam na sua mala de mão. Viajamos de primeira classe, que não é lá muito confortável, mas melhor do que a opção normal. E aqui você já percebe a dificuldade que o povo boliviano tem, nos vagões mais caros você praticamente só encontra turistas, a maioria europeu, enquanto os passageiros locais sobrevivem as 20h de viagem desconfortavelmente.
A viagem é até tranquila, no balançar do trem o tempo vai passando e paisagens e cidades surgem e desaparecem na janela. Os bancos são mais duros que chão de pedra (exagero… rs), mas é possível tirar uma soneca. E, claro, tivemos alguns momentos curiosos, que conto aqui:
- O trem faz inúmeras paradas, em estações e vilarejos realmente pequenos, onde é comum entrarem vendedores vendendo suco de laranja, frutas, comidas típicas e quinquilharias locais. Em uma dessas paradas vimos um bocado de gente em volta de uma criança segurando uma caixa de sapato, claro que o maridowisk foi ver o que era: um pequeno macaco, que foi comprado por uma senhora por algo em torno de 20 reais. :-O
- E, algumas horas depois, com o cair da noite, estava eu tentando dormir, quando ouço um barulho. Viro em direção e me deparo com dois olhos enormes brilhando no escuro e me encarando fixamente! Que medo! 🙁 Pedi “calmamente” socorro para o Edson, que acordou a mãe do macaquinho, que o acalmou e colocou de volta na caixa… hahaha… que medo dele achar que eu era uma banana gigante, vai saber. 😛
- Outra história envolvendo o macaco, é que ao perceber que o dito estava com fome, a tia me tira os peitos pra fora e dá de mamar para ele. Sim, você leu certo! Todos os turistas do vagão ficaram em silêncio na mesma hora.
Fora esses fatos de “festa estranha com gente esquisita”, você pode se deparar com o exército local fazendo bico de segurança do vagão durante a noite ou crianças pedindo dinheiro. De qualquer maneira, andar no trem da morte é uma experiência única, tanto que não sai de nossa memória.
Com o corpo moído chegamos em Santa Cruz de la Sierra, pegamos nossas mochilas sem problemas e fomos atrás de um hotel para apenas tomar um banho, pois acabamos decidindo ir para La Paz no mesmo dia. A cidade, mesmo fazendo parte de uma das regiões mais prósperas da Bolívia, não tem muitos atrativos turísticos. Os pontos que visitamos e gostamos foram a Catedral de San Lorenzo e a Praça 24 de Septiembre. A praça tinha um grupo tocando músicas típicas e uma pequena feira de artesanato.
Para finalizar, comemos nosso primeiro Pollo y Papas (de muitos) da viagem e fomos para a rodoviária enfrentar as 12h de viagem congelantes até La Paz e Copacabana.
Não deixe de ouvir nosso podcast, onde contamos mais sobre essa história.
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