Quando estava pensando no roteiro da nossa viagem para o Sudeste Asiático, a única certeza que eu tinha era que eu ia para o Myanmar. Ele era o my precious e nada iria fazer com que eu tirasse do nosso roteiro.
Para aumentar a ansiedade, no meu feed do Pinterest e Instagram começou a pipocar tudo quanto é foto do Myanmar e mesmo querendo tentar reduzir as expectativas, comecei a querer ter “A” viagem perfeita! Com direito a experiências que ninguém tinha feito antes, queria me sentir a desbravadora bem bloguerinha de um país cujo turismo ainda é bem pequenino quando comparado aos seus vizinhos.
Leia a publicação para o viagem para o Sudeste Asiático, incluindo Singapura, Kuala Lumpur na Malásia e Bagan e Yangon no Myanmar.
Desconstrução de uma viagem
Roteiro pronto, cabeça a mil e o primeiro balde de água fria: o maridoviski não queria fazer o voo de balão. E eu como assim, mano? Era o aniversário dele, eu já tinha voado de balão e ele não queria ir. Fiquei frustrada, pois a minha cabeça minúscula queria dizer assim para o mundo: “olha, só para constar voamos de balão em Bagan e por isso a minha viagem foi espetacular” ou “Ei, comi no restaurante xptz escondido na ruela w, no fundo de quintal e isso tornou a minha viagem memorável”. Foram tantos pontos que imaginei fazer que comecei a ficar frustrada mesmo antes de colocar os pés no avião.
O segundo e definitivo balde de água fria era a situação política do país. Não é nada fácil decidir visitar um lugar onde está ocorrendo um genocídio de uma minoria. Mas o que fazer se uma grande maioria depende do turismo para sobreviver? Um europeu ficaria totalmente revoltado e falaria que jamais pisaria em um lugar assim, o meu background diz que tudo nessa vida não é preto no branco e sim estamos em uma posição cinzenta na qual precisamos fazer o bem dando o melhor de nós. E assim que a desconstrução de uma viagem perfeita começou e foi a melhor coisa que poderia acontecer.
Yangon em Myanmar
Nós chegamos em Myanmar via Yangon, onde ficamos dois dias antes de irmos para Bagan. Já no aeroporto vi que a viagem serviria como um lembrete de como somos afortunados por conhecer culturas e pessoas fora da nossa bolha cotidiana, basta ver a foto abaixo. A pequena myanmarense (?) se encantou por nossa picurucha e não queria soltar a mão dela. E a nossa pequena ficou nas nuvens, felicidade que dava para ver nos olhinhos.
Mal chegamos ao hotel e ela pediu para passar a thanaka, que é um protetor solar natural proveniente de uma árvore local, usado por todos no país. E protegida foi toda pimpona, para a nossa visita aos vários templos de Yangon.
Iniciamos o dia visitando o Chaukhtatgyi Buddha, templo com um Buda deitado de 66 metros, porém a cereja do bolo foi a Shwedagon pagoda, onde fiquei mega emocionada por estar ali. Quando chegamos com o guia e tive aquela vista de relance da pagoda tive que parar e respirar fundo, porque foi mágico. Ok, segundos depois tive que sair correndo e tirar da mão da pequena o pedaço de madeira que ela não parava de bater no sino emanando gratidão, isso mesmo gratidão, a todos.
Tivemos ainda o privilégio de ver diversas famílias fazerem uma procissão até a pagoda com os filhos que iriam iniciar no budismo. Tudo muito colorido, festivo e também caro, pois a família deve arcar com uma festa enorme para todos os familiares. O nosso guia disse que já estava fazendo vaquinha para o ano que vem.
Vimos o pôr do sol, que foi magnifico com as velas iluminando a pagoda principal. Para nós leigos em relação ao budismo, aprendemos muito durante a tarde que ficamos no Shwedagon e a pequena começou o seu fascínio por Buda.
Ainda em Yangon, andamos com o Trem Circular que foi uma experiência bem legal. Vou defini-la como FEPASA com realidade aumentada. Quem nunca comprou aquele biscoito de polvilho ou mesmo um chocolate por 2 Reais? Quem nunca carregou trilhares de sacolas com bugigangas, ou não, oriundas da 25 de março ou das lojas da Lapa? A diferença é que era Yangon e as pessoas vendiam grilos fritos, e o trem passava em áreas rurais da capital financeira do Myanmar. Ficamos com a poupança quadrada, mas eu faria o passeio novamente sem pestanejar.
Fizemos um passeio pelo centro de Yangon com a Yangon Walks e a Myo nossa guia foi sensacional. Conhecemos um pouco sobre a história do país e da própria Yangon. Como estávamos com a picurucha fechamos um passeio privado que levou 4 horas, mas eles oferecem passeios gratuitos em grupo também, é só checar no site deles e agendar.
Para fechar o dia decidimos em cima da hora visitar o Botahtaung pagoda. Que decisão mais acertada! Nessa pagoda tem um fio de cabelo do Buda. E a quantidade de ouro e pedras preciosas é impressionante. Nós ficamos até o cansaço nos vencer e depois foi hora de voltar pro hotel e nos preparar para Bagan.
Bagan em Myanmar
Depois de uma hora de voo em um turbo hélice, nosso primeiro avião desse tipo, chegamos no mais pitoresco aeroporto que já estivemos. Ele mais parecia uma rodoviária de cidade pequena, mas era Bagan.
Aliás, Bagan já exibe sua aura de cidade das mil pagodas logo de cara. Várias ruas de terra batida, árvores com uma folhagem mais seca e pagodas / estupas espalhadas pelas ruas.
Bagan mostrou que não precisava ter uma viagem redondinha, pois a felicidade escancarada no rosto da picurucha por ver vários Budas, querer agradecer o Buda como os birmaneses, andar de moto, brincar na piscina, aprender a falar bom dia em birmanês e outras coisinhas mais encheu o meu corazones peludo de alegria. Alegria que nenhum passeio de balão faria e isso foi o suficiente.
De templos em templos, estradas de poeira batida e muitas fotos pedidas pelos locais, o maridoviski e a baixinha eram sucesso, curtimos Bagan do nosso jeito sem ter um check-list rígido e aproveitando o máximo dessa experiência.
Depois de Bagan, entendi o porquê as pessoas voltam para o Myanmar. Lá é uma calmaria só e realmente podemos aprender um pouco da cultura local sem ter que se programar por algo exclusivo, foi a mesma sensação que tive em Ho Chi Minh no Vietnã, porém sem buzinas. 😉
Foram quatro dias de muito sol, água de coco, mímicas, de calça rasgada e barraca vendendo roupa no meio do nada salvando a pátria, morcegos e nascer e pôr do sol incríveis.
E por falar no amanhecer e anoitecer, o nascer e pôr do sol realmente são bonitos! Tem que reservar um dia para vê-los. No nosso caso nós nos revezamos, pois a picurucha queria mesmo saber somente de andar de moto e piscina.
Fomos embora de Bagan, Yangon e Myanmar, mas a sensação de felicidade por ter visitado ficou… É tanto que toda vez que olhos as fotos, eu fico com um sorriso bobo e feliz por ter vivido tantas experiências boas em família.
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